Peritos africanos em saúde comprometem-se a acelerar os esforços para eliminar as doenças tropicais negligenciadas

Peritos africanos em saúde comprometem-se a acelerar os esforços para eliminar as doenças tropicais negligenciadas

Lomé - Os peritos africanos em saúde renovaram o seu compromisso de acelerar os esforços para acabar com as doenças tropicais negligenciadas (DTN) que continuam a afectar mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo, 40% das quais vivem na Região Africana.

Reunidos no Togo, de 15 a 17 de Abril de 2025, para a reunião dos Gestores de Programas responsáveis pelas doenças tropicais negligenciadas, os peritos também puseram em marcha discussões e colaborações destinadas a impulsionar abordagens ousadas e mais estratégicas para acabar com as DTN em África.

A Região Africana alberga 20 (vinte) das 21 (vinte e uma) doenças tropicais negligenciadas reconhecidas, incluindo a cegueira dos rios, a filariose linfática, a lepra e várias doenças de pele que afectam desproporcionadamente as comunidades mais pobres e marginalizadas. Estas doenças podem causar incapacidades graves, estigma social e até mesmo a morte. Apesar dos progressos realizados nos últimos anos, os 47 países da Região Africana da OMS continuam a ser endémicos para pelo menos uma doença tropical negligenciada e 37 países enfrentam simultaneamente pelo menos cinco doenças tropicais negligenciadas.

"Temos de intensificar os nossos esforços, assegurando simultaneamente que ninguém é deixado para trás", afirmou o Dr. Chikwe Ihekweazu, Director Regional interino da OMS para a África. “Ao chegarmos a meio percurso do roteiro 2021-2030 para a luta contra as doenças tropicais negligenciadas, não se trata apenas de um momento de reflexão, é o momento de um apelo à acção.”

A reunião híbrida de três dias reuniu mais de 45 gestores de programas nacionais e várias partes interessadas, incluindo parceiros mundiais no domínio da saúde e organizações da sociedade civil. Os líderes no domínio da saúde comprometeram-se a reforçar a liderança nacional e a aumentar o financiamento interno dos programas de doenças tropicais negligenciadas (DTN) para garantir a sustentabilidade a longo prazo, acelerar a adopção de instrumentos de diagnóstico inovadores, de tecnologias digitais e de métodos de tratamento para melhorar a prevenção, a detecção e os cuidados prestados aos doentes, reforçar os sistemas de vigilância nacionais e comunitários para acompanhar os surtos de doenças e monitorizar os progressos de forma mais eficaz e desenvolver planos de acção nacionais concretos que possam colmatar as lacunas persistentes no acesso aos serviços de prevenção e tratamento, em especial nas populações mal servidas.

A reunião, organizada com o apoio do Fundo do Kuwait e de outros parceiros, foi uma oportunidade para os participantes reflectirem sobre os principais marcos, identificarem desafios e definirem estratégias eficazes para a eliminação das doenças tropicais negligenciadas. Em representação do Ministro da Saúde e da Higiene Pública do Togo, o Dr. Wotobe Kokou elogiou a liderança do país na eliminação de quatro doenças tropicais negligenciadas, nomeadamente o verme-da-guiné, a filariose linfática, a tripanossomíase humana africana e o tracoma, tornando o Togo o primeiro na Região a atingir este marco.

"Estes êxitos são o resultado de um forte empenho político, de uma estreita colaboração com os nossos parceiros e de um envolvimento exemplar da comunidade. Demonstram que, com esforços concertados e estratégias inovadoras, é possível eliminar as doenças tropicais negligenciadas", afirmou.

O Dr. Amadou Bailo Diallo, Representante da OMS no Togo, também elogiou as realizações do Togo e reafirmou a importância das abordagens multissectoriais e centradas na comunidade na luta contra as doenças tropicais negligenciadas.

"Com os cortes de financiamento e as alterações climáticas a colocarem novas ameaças aos programas de saúde mundiais, incluindo os esforços para eliminar as doenças tropicais negligenciadas, a luta contra estas doenças exige não só estratégias inovadoras, mas também um apoio direccionado para as comunidades mais vulneráveis." A Dr.ª Dorothy Achu, Chefe de Equipa para as Doenças Tropicais Transmitidas por Vectores no Escritório Regional da OMS para a África declarou: "Temos de garantir que as doenças que afectam desproporcionadamente as populações mais pobres e marginalizadas recebem a atenção e os recursos necessários, em especial as que podem ser eliminadas. Com esforços sustentados, podemos acabar com o fardo das doenças tropicais negligenciadas nas comunidades africanas".

A OMS está a trabalhar em estreita colaboração com os Estados-Membros e os parceiros para adaptar as estratégias de saúde pública, reforçar a vigilância e assegurar respostas atempadas a estes desafios em evolução, associados às doenças tropicais negligenciadas. Ao reunir as partes interessadas nas doenças tropicais negligenciadas, divulgar orientações, reforçar a governação e prestar apoio técnico no planeamento estratégico e operacional, na elaboração de políticas, no reforço de capacidades e no fortalecimento dos sistemas de vigilância, na monitorização e avaliação, a reunião dos gestores de programas é uma iniciativa da OMS destinada a apoiar a liderança e a governação dos países, com o apoio contínuo do Grupo Consultivo do Programa Regional.

A reunião de 2025 dos gestores dos programas responsáveis pelas doenças tropicais negligenciadas reforça o compromisso do Escritório Regional da OMS para a África e dos seus parceiros para eliminar as doenças tropicais negligenciadas e melhorar a saúde e o bem-estar das comunidades em toda a Região Africana. A reunião contribui de forma significativa para alinhar os esforços nacionais e regionais com o roteiro mundial para a eliminação das DTN e para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com um ímpeto renovado, os países africanos estão a dar sinais de uma frente unida para pôr fim a estas doenças evitáveis e tratáveis.

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