Missão do Representante Regional da ONUDC em Cabo Verde

Missão do Representante Regional da ONUDC em Cabo Verde

Praia, 29/01/13: No quadro da Cooperação Técnica entre o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e Crime (ONUDC) e o Estado de Cabo Verde em matéria de luta contra a droga e crime organizado, o Representante Regional do ONUDC, Sr. Pierre Lapaque, realizou uma missão à Praia, de 21 a 25 de Janeiro de 2013.

A finalidade desta primeira visita a Cabo Verde apôs a sua recente nomeação ao cargo é de relançar a cooperação com o Governo caboverdiano, a comunidade internacional e ao nível das Nações Unidas. Neste sentido, durante a sua visita o Representante Regional do ONUDC encontrou-se com altas entidades do governo e autoridades envolvidas no combate à droga e ao crime, os Representantes da comunidade internacional residentes e das agências residentes das Nações Unidas, nomeadamente, o Coordenador Residente interino das Nações Unidas, a Representante Adjunta do Escritório Comum ( UNICEF, FNUAP e PNUD) e o Representante da OMS. No quadro da sua visita, o Sr. Lapaque recolheu informações sobre as realizações, desafios e prioridades dos diferentes actores em matéria de luta contra o tráfico e o consumo de drogas (incluindo doença conexas, ex. HIV/AIDS), criminalidade organizada e terrorismo, visando uma assistência técnica cada vez mais integrada, eficiente e sustentável a Cabo Verde. Teve igualmente oportunidade de partilhar os desafios prioritários em matéria de combate à droga e criminalidade organizada na Africa Ocidental, particularmente as tendências com implicação para Cabo Verde.

O Senhor Pierre LAPAQUE, sempre acompanhado pela Coordenadora Nacional da ONUDC em Cabo Verde, Dra. Cristina Andrade, visitou o Escritório da OMS, tendo tido uma reunião com o Representante, Dr. Barrysson Andriamahefazafy e seu “staf”. Durante o encontro, o Dr. Barrysson apresentou em ”Power Point”, a situação da problemática do VIH/SIDA em Cabo Verde, em 2013, sublinhando o papel dos toxicodeopendentes como factor de risco potencial de explosão da epidemia do VIH SIDA.

O Dr. Barrysson simplificou a sua apresentação dizendo que existem 3 tipos de epidemias de SIDA no mundo, designadamente as que podemos apelidar de :

  1. epidemia de fraca prevalência,
  2. epidemia concentrada (sobre alguns grupos, como os toxicodependentes, etc...) e a
  3. epidemia generalizada. Alertou igualmente para o facto de que, apesar da prevalência do VIH na população caboverdeana em geral, ser de apenas 0.8%, a prevalência de 14,3% nos toxicodependentes e a situação dos trabalhadores de sexo, podem colocar Cabo Verde numa situação de epidemia concentrada.

Referindo-se a um estudo NYC Deaprtment of health, 62 a 84% dos utilizadores de drogas injectáveis fazem amor com qualquer pessoa, o que representa um factor de risco considerável, se se extrapola no contexto de Cabo Verde. “O grande desafio que se nos coloca, consiste em podermos bloquear a contaminação, para que não se generalize, mas para isso, torna-se necessário uma acção a nível dos toxicodependentes”, afirmou.

Para o Representante da OMS, uma epidemia generalizada em Cabo Verde, que conta com uma população de cerca de 500 mil habitantes significaria uma condenação e uma desintegração eminente do progresso actual do desenvolvimento económico, interpelando uma grande responsabilidade histórica de todas as partes interessadas na luta contra o VIH/SIDA.

Durante o encontro, mereceu igualmente atenção a situação das Doenças Não Transmissíveis - DNT, que são a causa de 58% das mortes em Cabo Verde, incluindo as doenças mentais, das quais os problemas ligados ao consumo de drogas e do álcool. Informou ainda que o programa VIH em Cabo Verde beneficia de financiamento do Fundo Mundial, e que uma aliança da ONUDC com todos os outros parceiros bilaterais e multilaterais contribuirá grandemente para freinar a generalização da epidemia.

Durante a sua explanação, o Representante Regional da ONUDC reconheceu o engajamento dos governantes caboverdeanos e das suas instituições nesta luta, tendo acrescentado que no quadro da CEDEAO Cabo Verde é um bom aluno mas que não quer que seja o único. Referiu-se aos factores de risco importantes criados pelo uso da “cocaina” em Cabo Verde e manifestou a necessidade de uma acção conjunta da comunidade internacional, para fazer face a esta epidemia. Falou da criação de um novo posto em Cabo Verde, no quadro da ONUDC, reconheceu o mandato, o trabalho e o engajamento da OMS e manifestou-se disponível em trabalhar com esta Organização, desenvolvedo estratégias, parcerias e colaboração.

Les toxicomanes: facteurs de risque d’explosion du VIH/SIDA au Cap Vert

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