Angola lança campanha "Zero Malária Começa Comigo"
Luanda, 05 de Dezembro de 2024 - Angola é altamente vulnerável à malária, que se estima ser responsável por 40% das doenças e 42% das mortes no país. Além disso, à semelhança de outros Estados Membros da Região Africana da OMS, o País enfrenta o desafio da elevada transmissão, acesso limitado e disponibilidade de serviços de saúde ao alcance das comunidades, recursos inadequados, resistência aos insecticidas e a ameaça das alterações climáticas, que perturbam significativamente os esforços eliminação desta doença.
Para reforçar a luta contra a malária, o Governo angolano lançou a campanha "Zero Malária Começa Comigo" no dia 30 de Novembro, em Luanda, à margem do Dia da Malária da SADC. A iniciativa foi testemunhada pelos Ministros da Saúde da SADC, membros do governo e das comunidades locais, parceiros de cooperação e organizações bilaterais, bem como as principais agências financiadoras da luta contra a malária na região.
"Em nome do Povo e do Governo da República de Angola, é com orgulho que lanço a campanha Zero Malária Começa Comigo, uma iniciativa ousada e catalisadora para um futuro em que a malária deixe de ser uma ameaça persistente à saúde", afirmou a Ministra da Saúde de Angola, Dra. Sílvia Lutucuta. "Esta campanha não é apenas um slogan; é um apelo claro à ação colectiva, exortando cada um de nós a assumir a responsabilidade individual pela eliminação desta doença. Exorto os Estados Membros da SADC, os parceiros e as partes interessadas a juntarem-se a Angola e a abraçarem de todo o coração a visão de “Zero Malária Começa Comigo", sublinhou a Dra. Lutucuta.
A campanha "Zero Malária Começa Comigo" é uma iniciativa de âmbito continental em prol de uma África livre de malária, baseada no envolvimento de líderes políticos e personalidades influentes da sociedade civil, para estabelecer intercâmbios com o sector privado; fomentar a consciência e a responsabilidade em torno da prevenção, deteção e tratamento da malária nas comunidades; aumentar a visibilidade dos programas de combate à malária; e melhorar a disponibilidade de recursos nacionais para combater a malária.
Com o lançamento da campanha, as autoridades angolanas esperam alavancar a ação comunitária para a eliminação da malária através do trabalho multissectorial e da participação de vários estratos da sociedade, bem como integrar abordagens que contribuam para a partilha de recursos através de um espetro de várias entidades, incluindo o sector privado, para impulsionar a sensibilização, a ação, a mobilização de recursos, promover a responsabilização para acabar com a malária e, como fim, promover um sistema de saúde e comunidades resilientes, garantindo que a malária se torne um vestígio do passado.
De acordo com o Representante da OMS em Angola, Dr. Humphrey Karamagi, África ainda não está no caminho certo para atingir as metas relacionadas com a malária, que prevê uma redução de 75 % na taxa de incidência e mortalidade da malária em relação aos valores de referência de 2015. Como tal, "temos de trabalhar de forma diferente e agir com urgência para conter a ameaça da malária e avançar para a consecução dos objectivos da malária para 2030", sublinhou o Dr. Karamagi.
"A campanha Zero Malária Começa Comigo, que envolve todos, com cada um a desempenhar o seu papel, bem como com o apoio ativo dos parceiros e a participação das comunidades, é uma iniciativa crucial que, se desenvolvida com rigor, permitirá ao país acelerar a redução da incidência da malária e acabar com este flagelo no futuro."
Para além de representar um problema de saúde, a malária é um desafio socioeconómico que trava de forma desproporcionada o desenvolvimento dos Estados Membros da Região Africana da OMS, com custos anuais de cerca de 2% do seu PIB. Investir adequadamente na prevenção e no controlo da malária, é uma medida crucial para evitar que o paludismo asfixie o desenvolvimento do continente africano.
Por isso, a campanha Zero Malária Começa Comigo é uma oportunidade única para estabelecer mecanismos internos sólidos que possam apoiar a mobilização de recursos e criar parcerias locais fortes na luta contra o paludismo. Com a sua implementação, os esforços de luta contra o paludismo na região da SADC têm conhecido um impulso significativo no controlo e na eliminação da malária e, por conseguinte, na proteção das populações.