Nos dias 3 e 4 de Fevereiro, cerca de um milhão de pessoas, entre crianças e adultos, serão vacinadas contra a cólera nas províncias de Luanda, Bengo e Icolo e Bengo. A iniciativa liderada pelo Ministério da Saúde, conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Banco Mundial. Essa iniciativa emergencial tem como objectivo controlar o surto de cólera que afecta o país e reforçar a proteção da população, para reduzir a propagação da doença.

Além da vacinação, a campanha será acompanhada por acções de sensibilização sobre medidas preventivas, como a adopção de boas práticas de higiene e o acesso à água potável, fundamentais para evitar novos casos.

O compromisso do Governo e de seus parceiros nesta resposta reforça a importância da imunização como estratégia essencial para a saúde pública e o bem-estar dos angolanos.

Segundo a Dra. Maria Quaresma, oficial de imunização da OMS, o objectivo da campanha é vacinar o maior número possível de pessoas nas áreas mais afectadas, para garantir uma cobertura mínima de pelo menos 80% da população elegível. Isso corresponde a aproximadamente 977.800 pessoas nos municípios de Cacuaco, Sequele e Dande. 

A vacinação será realizada em postos fixos instalados em unidades sanitárias, igrejas, mercados, escolas e outros locais estratégicos. Além disso, equipas móveis percorrerão as comunidades para alcançar aqueles que não puderem deslocar-se até os postos de vacinação. 

Ao todo, 1.974 equipas estarão mobilizadas no terreno, compostas por profissionais de saúde e voluntários comunitários, sob a supervisão de 508 coordenadores. No total, mais de 6.400 pessoas estarão envolvidas na operação, para garantir a ampla cobertura e o sucesso da campanha. 

Todas as pessoas com um ano de idade ou mais que residam nas áreas abrangidas devem receber uma dose da vacina oral contra a cólera, incluindo aquelas que já tiveram a doença. A vacina contra a cólera é um poderoso instrumento adicional para o controlo da cólera. As vacinas complementam outras medidas eficazes bem conhecidas que consistem em garantir a utilização de água potável, uma boa higiene, uma vigilância adequada e uma gestão rápida dos casos. No entanto, a vacinação, por si só, não é suficiente para erradicar a cólera. 

Para uma proteção eficaz e duradoura, é essencial que toda a população adopte boas práticas de higiene, como consumir apenas água tratada ou fervida, lavar as mãos frequentemente com água e sabão, garantir que os alimentos estejam bem cozidos e descartar corretamente os resíduos sanitários.  Essas medidas complementares são essenciais para prevenir novos surtos e proteger a saúde da comunidade.

A cólera é uma doença que pode ser prevenida e controlada, e a combinação da vacinação com medidas adequadas de higiene e saneamento é a chave para superar este desafio de saúde pública.

O envolvimento da comunidade é fundamental para o êxito desta campanha. Cada pessoa vacinada contribui para a protecção colectiva, ajudando a conter a propagação da doença e a salvar vidas. A vacina é segura, gratuita e altamente eficaz na prevenção da cólera. Vacine-se, proteja-se e ajude a sua comunidade a combater esta doença! 

Actualmente, Angola enfrenta um surto que afecta as províncias de Luanda, Bengo, Icolo e Bengo, Cuanza Norte, Zaire, Huambo, Huíla e Malanje, com um total de 1584 casos e 59 óbitos registados até o dia 01 de Fevereiro de 2025. Diante desse cenário, é urgente a implementação de medidas eficazes para conter a propagação da doença  e proteger a população.

A cólera é uma infecção diarreica aguda causada pela bactéria Vibrião Colérico, transmitida principalmente pelo consumo de água ou alimentos contaminados. Se não for tratada a tempo, pode provocar desidratação severa e levar à morte em poucas horas.

Juntos, podemos combater a cólera e garantir um futuro mais seguro para todos os angolanos.