Peritos de saúde pública reunidos para encontrar soluções idóneas para o grande problema de saúde pública que é o VIH/SIDA em 25 países da África Ocidental e Central
Brazzaville/N’Djamena (Chade) 25 de Novembro de 2016 -Teve ontem início em N’Djamena, no Chade, uma reunião de dois dias para reflexão sobre os progressos, os desafios e o agilizar da resposta dos países da África Ocidental e Central em matéria de prevenção da transmissão vertical do VIH (PTVV) e do acesso à terapêutica anti-retroviral (TAR) para as crianças e os adolescentes. A reunião consultiva foi organizada pela OMS e outros membros da equipa regional conjunta das Nações Unidas para a resposta contra a SIDA, em colaboração com a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).
A despeito dos progressos realizados na prevenção da transmissão vertical do VIH e no tratamento das crianças que vivem com o VIH, continuam por envidar importantes esforços para a consecução dos objectivos 90-90-90 (que consistem em que, até 2020, 90% das pessoas que vivem com o VIH conheçam o seu estado serológico para a doença, 90% de todas as pessoas infectadas e que fizeram o despiste para o VIH recebam terapêutica anti-retroviral sustentável, e que 90% das pessoas que recebem terapêutica anti-retroviral tenham uma supressão sustentável da sua carga viral) no contexto da eliminação da transmissão vertical do VIH e dos cuidados pediátricos para o VIH na África Ocidental e Central até 2020.
«Numa altura em que as outras regiões se preparam para eliminar o VIH até 2030, é indispensável reorientar os nossos esforços e reforçar os sistemas de saúde dos nossos países para melhorar de forma sustentável o acesso e a qualidade da terapêutica para as mulheres, crianças e adolescentes no âmbito da Cobertura Universal de Saúde», declarou, em nome da Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África, o Professor Georges Alfred Ki-Zerbo, Representante interino da OMS no Chade, na sua intervenção de boas-vindas.
Em nome do ministro da saúde pública do Chade, o Sr. Assane Ngueadoum, o Dr. Djabar Hamid, Secretário-Geral do Ministério da Saúde Pública, agradeceu aos organizadores desta segunda reunião consultiva regional para acelerar o acesso à terapêutica anti-retroviral para as crianças e os adolescentes e a eliminação da transmissão vertical do VIH na África Ocidental e Central por ter escolhido o Chade para acolher a dita reunião. «Nenhum país da África Central e Ocidental alcançou o objectivo da eliminação da transmissão do VIH em 2015», recordou.
A Professora Mame Awa Faye, Directora Nacional da ONUSIDA, descrevendo a situação na região, afirmou que, em 2015, dos 4,5 milhões de pessoas que vivem com o VIH, apenas 1,8 milhões beneficiavam da TAR. A Professora Mame Awa Faye lembrou o aumento registado em 2015 nas novas infecções por VIH, 66 000 das quais verificadas em crianças, quando as previsões para 2018 indicavam que as novas infecções não deveriam ultrapassar as 6000. Por outro lado, a Directora mencionou que a cobertura de TAR para a PTVV na sub-região não ultrapassa os 48%, ao invés dos 95% necessários para permitir uma redução significativa das novas infecções nos recém-nascidos. «Acelerar as respostas nos nossos países não é uma opção, mas antes uma exigência, se quisermos assistir ao fim da SIDA em 2030», acrescentou.
Para o Sr. Jean-Claude Loukaka, representante do Secretário-Geral da CEEAC, esta segunda reunião consultiva regional constituirá uma etapa essencial no acompanhamento dos progressos realizados no sentido da consecução dos objectivos 90-90-90 e na mobilização de energias e de recursos para a sua concretização no prazo estabelecido.
No final desta segunda reunião consultiva, os participantes irão propor um novo roteiro face à urgência da situação na sub-região.
No final da primeira reunião consultiva regional, em Dakar, em Novembro de 2015, cada país comprometeu-se a implementar três actividades prioritárias no sentido de acelerar a PTVV durante os próximos dois anos. Os participantes desta reunião lançaram igualmente o Apelo de Dakar para a aceleração da PTVV e dos tratamentos pediátricos para o VIH, tendo chegado também a acordo quanto à criação de um sistema de monitorização dos progressos realizados.
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