Maputo - O ciclone Chido teve um impacto devastador e afectou mais de 620 000 pessoas em Moçambique, sendo que as três províncias do Norte (Cabo Delgado, Nampula e Niassa) foram as mais fustigadas pelo ciclone que atingiu o país a 15 de Dezembro de 2024, danificando casas, escolas e outras infra-estruturas cruciais. Quarenta e oito unidades de saúde foram danificadas e inúmeros equipamentos e consumíveis médicos destruídos.
O Governo montou uma resposta de emergência multissectorial, com o apoio de parceiros, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que enviou responsáveis de saúde de emergência para ajudar a realizar avaliações em cinco distritos em duas províncias e criar estruturas temporárias para atender às necessidades imediatas de saúde das pessoas feridas e garantir a continuidade dos serviços essenciais de saúde para pessoas com problemas crónicos de saúde.
Mecúfi, situado na entrada norte do canal de Moçambique (o braço ocidental do oceano Índico) é um dos três distritos mais afectados, com relatos de que todas as suas casas foram danificadas, 2000 famílias ficaram desalojadas. O distrito tem cinco unidades de saúde e todas foram destruídas.
Aqui Daniel recebeu o tratamento médico de que precisava para a perna. "O serviço na tenda da OMS é muito útil porque a maior parte da população precisa desse serviço", afirma. "Mas não é suficiente, é apenas o primeiro passo. O que eles estão a fazer é muito bom, mas precisamos de mais. Precisamos de mais medicamentos para substituir o que o hospital fornecia." Acrescenta que as infra-estruturas, como as estradas, precisam de ser reconstruídas para que o acesso a telefones e serviços bancários possa ser restabelecido.
O Ministério da Saúde também enviou seis médicos especialistas para Cabo Delgado e intensificou a vigilância de doenças infecciosas. Isto acontece no contexto do surto de cólera em curso na Província de Nampula, declarado em 28 de Outubro, no qual foram notificados 260 casos e 20 mortes.
Além disso, o ciclone afectou uma população já vulnerável em Cabo Delgado, onde um conflito armado perdura há sete anos .
Rosário Samuel é o Director do Centro de Saúde de Mecúfi. Estava em casa com os seus filhos quando o ciclone os atingiu. Embora todos tenham sobrevivido, a casa foi danificada e a família não conseguiu salvar os seus pertences. No entanto, ele está no centro de saúde todos os dias a tentar limpar os destroços e a prestar serviços básicos de saúde.
"Como sou responsável pela unidade de saúde, passo muito tempo aqui e quero priorizar isso até mesmo em relação à minha própria casa", diz Samuel. "Precisamos reconstruí-lo para a população porque o nosso maior valor é a vida. Não podemos deixar as pessoas sem acesso aos serviços básicos de saúde. Cuidaremos depois das nossas necessidades pessoais."
“Os efeitos do ciclone devastaram as casas e as vidas das pessoas nessas regiões de Moçambique," diz Emiliano Lucero, coordenador do Grupo de Saúde da OMS e líder da equipa em Pemba. "Vai levar tempo para recuperar e reconstruir. A OMS continuará a apoiar as autoridades de saúde nesta resposta de emergência e nos esforços de longo prazo para restabelecer os serviços essenciais de saúde para as pessoas que deles necessitam."
Em Pemba, a capital de Cabo Delgado, a Organização pré-posicionou medicamentos e consumíveis essenciais para intervenções imediatas de saúde. A partir desta reserva, a OMS doou 4 toneladas de consumíveis e equipamentos médicos, incluindo tendas, medicamentos e kits para a cólera, que podem tratar 60 casos leves e 40 casos graves em Mecúfi.
Felizmente, o Sr. Zaet sobreviveu, embora agora não saiba o que o futuro reserva. "O ciclone destruiu tudo o que tinha conseguido alcançar; o ciclone levou tudo," afirma. "O meu sonho agora é conseguir voltar à minha vida normal."
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