Entrevista com a Sra. Caterina Viegas, Presidente do Grupo de Trabalho sobre mulheres, juventude e paz
No dia 25 de Novembro, celebramos o Dia Internacional para a Eliminação da violência contra Mulheres. Este dia arranca, o início de uma campanha de 16 dias contra a violência de género, que termina no dia 10 de Dezembro, Dia dos Direitos Humanos. Esta campanha é associada a cor laranja, uma cor que representa um futuro livre de violência.
Esta campanha ganha particular relevância na Guiné-Bissau, onde um recente estudo publicado pela ONG, Fundação Fé e Cooperação (FEC) declara que 67 % das mulheres guineenses já foram vítimas de algum tipo de violência. A violência contra a mulher também acontece em situações em que não existe um parceiro, mas é mais frequente, segundo o estudo, no seio familiar, com 80% de casos a apontar o pai como o agressor da vítima.
A violência contra as mulheres é um problema de saúde pública; uma violação dos direitos humanos que está enraizada na desigualdade de género; e é um impedimento ao desenvolvimento sustentável. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) reconhecem a importância de lutar contra a violência contra as mulheres para alcançar a igualdade de género e o empoderamento das mulheres. Por exemplo no ODS relacionado com a igualdade de género, na meta 5.2 declara que” Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos”
A violência pode afetar negativamente a saúde física, mental, sexual e reprodutiva das mulheres. A violência por parte de parceiros e a violência sexual podem levar a gestações indesejadas, abortos induzidos, problemas ginecológicos e infeções sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV.
Uma resposta adequada do setor da saúde pode desempenhar um papel importante na prevenção da violência. A sensibilização e educação em saúde e de outros prestadores de serviços é, portanto, outra estratégia importante. É preciso uma resposta multissectorial para resolver plenamente as consequências da violência e as necessidades das vítimas.
A OMS na Guiné-Bissau, decidiu entrevistar a Sra. Caterina Viegas, recém-eleita Presidente do Grupo de Trabalho sobre mulheres, juventude e paz na África Ocidental e Sahel, antena na Guiné-Bissau. Nesta conversa abordamos a violência de género na Guiné-Bissau, os impactos que esta violência tem no sector da saúde, entre outros.