Mensagem da Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África
Na cultura africana, as pessoas idosas sempre foram muito estimadas e sempre lhes foi concedido um estatuto social especial. Elas são fonte de sabedoria, influenciando quem somos e quem aspiramos ser.
O Dia Internacional da Pessoa Idosa, a 1 de Outubro todos os anos, é uma grande oportunidade para celebrarmos as vidas dos nossos cidadãos seniores, enquanto destacamos tanto as oportunidades como os desafios que o envelhecimento coloca.
Em Agosto, a OMS anunciou que a esperança de vida saudável na Região Africana aumentou 10 anos, em média, por pessoa entre 2000 e 2019. Este aumento é superior a qualquer outro em qualquer outra região do mundo durante o mesmo período.
A esperança de vida para os africanos é agora de 56 anos. Isso continua a ser menos do que a média mundial de 64 anos, mas reflecte melhorias no fornecimento de serviços sanitários, ganhos na saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil, bem como de realizações significativas na prevenção e tratamento de doenças infecciosas, como o HIV, tuberculose e paludismo.
O tema deste ano, "Resiliência das pessoas idosas num mundo em mudança", recorda-nos as contribuições significativas que as pessoas idosas ainda têm a fazer para as nossas vidas. Durante a pandemia de COVID-19, por exemplo, vimos muitos profissionais de saúde reformados voltarem ao trabalho para ajudarem a proteger as suas comunidades. Em África, milhões de famílias também se apoiam muito em familiares mais velhos, desde tomar conta dos netos a contribuições monetárias para o agregado familiar.
O dia também oferece uma oportunidade para aumentar a consciência da importância de não deixar ninguém para trás, especialmente no contexto da declaração de 2021-2030 como sendo a Década para o Envelhecimento Saudável da ONU. Tomar conhecimento das vozes, perspectivas e necessidades das nossas pessoas idosas é crítico para a criação de políticas significativas e holísticas que nos permitam avançar até à conquista da Cobertura Universal de Saúde por todo o continente.
A iniciativa Década para o Envelhecimento Saudável é uma colaboração mundial alinhada com a última década dos objectivos de desenvolvimento sustentável. Esta iniciativa junta governos, a sociedade civil, agências internacionais como a OMS, profissionais, académicos, os media e o sector privado para melhorar as vidas das pessoas idosas, das suas famílias e das comunidades onde as pessoas vivem.
A maioria dos mais de mil milhões de pessoas com mais de 60 anos em todo o mundo vive em países de baixo e médio rendimento. A infeliz realidade é que muitos não têm acesso sequer aos recursos básicos necessários para uma vida com significado e dignidade, com a pandemia a realçar mais a gravidade das falhas nas políticas, sistemas e serviços.
Correndo as pessoas idosas um maior risco de doença grave e morte com a COVID-19, a pandemia também realçou a necessidade urgente de dar prioridade à segurança da nossa população envelhecida, que está especialmente vulnerável em épocas de crise.
Hoje neste Dia Internacional da Pessoa Idosa, vamos comprometer-nos a fazer as mudanças necessárias para promovermos o envelhecimento saudável. As quatro áreas de acção incluem a necessidade de procurar ambientes adaptados aos idosos, livres de barreiras físicas e sociais; combater a discriminação etária; garantir o acesso a serviços essenciais de saúde de boa qualidade; e oferecer recursos de reabilitação quando os mesmos forem necessários.
Vamos comprometer-nos a envolver-nos na causa das pessoas idosas, em toda a sua diversidade, a ouvir e amplificar as suas vozes e, finalmente, a reconhecer o progresso que é criticamente necessário.
Para saber mais:
Dia Internacional da Pessoa Idosa
A Década para o Envelhecimento Saudável da ONU
As pessoas idosas manifestam-se
Recursos para combater a discriminação etária: Campanha mundial para combater a discriminação etária
Portal da OMS com dados sobre o envelhecimento
O envelhecimento saudável 50 – uma iniciativa Década para o Envelhecimento Saudável da ONU
Esperança de vida saudável em África aumenta quase 10 anos